No recém-nascido, o Terapeuta da Fala intervém nas dificuldades de alimentação e motricidade orofacial, mais concretamente ao nível da musculatura e sensibilidade da face e cavidade oral, assim como na coordenação das funções de sucção-deglutição-respiração.
Na idade pré-escolar e escolar, as dificuldades encontradas passam pelas perturbações de linguagem, onde é frequentemente relatado pelos pais que os seus filhos, em comparação com as outras crianças, parecem estar atrasados na fala, sendo esta outra vertente comum nas consultas de Terapia da Fala. Nesta perspectiva, as crianças apresentam dificuldades ao nível da linguagem e na articulação de sons, como por exemplo os sons /l/, /s/ ou /r/ que, quando tardiamente diagnosticadas têm implicações na aprendizagem da leitura e da escrita.
É também frequente encontrar neste período crianças que apresentam perturbações vocais, como por exemplo a rouquidão, sendo este um parâmetro a ter em consideração pelos pais e educadores, incutindo a procura de um otorrinolaringologista e um Terapeuta da Fala para avaliação. Esta procura é igualmente incitada nos casos de surdez – imprescindível – e disfluência (gaguez), uma vez que a intervenção precoce é sempre mais eficiente devido a uma maior plasticidade cerebral.
Relativamente às dificuldades de mastigação e deglutição, estas parecem apresentar maior prevalência em crianças com dificuldades motoras, como na paralisia cerebral, contudo, são similarmente observadas em crianças com fendas lábio-palatinas. Estas dificuldades são também notadas em alguns adultos com Doença de Parkinson, Esclerose Múltipla e Esclerose Lateral Amiotrófica.
Na população adulta, o Terapeuta da Fala intervém ainda com profissionais de voz como professores, educadores ou auxiliares, jornalistas, locutores de rádio, atores, políticos, entre outros, com vista à melhoria da performance vocal, articulatória e de comunicação.
No que concerne à população idosa, a perturbação mais frequente parece ser a afasia, que consiste numa dificuldade ao nível da compreensão e/ou expressão da linguagem devido a uma lesão cerebral como o AVC, traumatismo craniano, tumor cerebral e/ou demência. Para além das dificuldades de comunicação, a pessoa que sofreu um AVC, geralmente apresenta dificuldades na mastigação e deglutição de alimentos.
De modo geral, o Terapeuta da Fala intervém em inúmeras situações, das quais passo a citar algumas:
- Recém-nascidos prematuros;
- Paralisia Cerebral;
- Paralisia Facial;
- Fendas Lábio-palatinas;
- Perturbações da Linguagem e - Perturbações articulatórias;
- Dislexia;
- Perturbações do Espectro Autismo;
- Surdez;
- Disfluência (Gaguez);
- Perturbações vocais;
- Doença de Parkinson e - Doença de Alzheimer; - Esclerose Múltipla e - Esclerose Lateral Amiotrófica; - AVC e - Traumatismo craniano.
Inês Santos – Terapeuta da Fala
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